quinta-feira, 1 de novembro de 2007

UM AMOR ATREVIDO

Em Março de 2006 dizia:

"A constatação é-me razoavelmente feliz: por agora, só existe a microscopia do que de ti sobra; nada resta da nobreza que te inventei."


Ainda em Março, passeia a memória sobre a memória de amores idos:

"Noto, beliscando-me a pele da memória, que nenhum me foi especialmente doloroso, mas também nenhum me foi indiferente: ainda hoje, gosto de todos, amavelmente, só não gosto de ti."

Aqui, questiona-se:


"Como é que poderemos saber quando um entusiasmo de fim de Verão, embalado a prenúncios de Outono, está em ponto de rebuçado e pronto a ser mais qualquer coisa do que um ritual de passagem entre estações do ano?"

Ainda ás voltas com memórias


"É-me tão fácil voltar àqueles dias antes destes, quando tudo nos era ainda luminoso e carregado de possibilidades, de hipóteses que nunca chegámos a pôr."

Antes de crescer...e a crescer


"Tu juravas-me uma qualquer coisa eterna, que não era amor mas também não era eterna e se durasse até ao toque para a aula de matemática já seria muito, seria demais."


"na verdade, és bem mais baço, mortiço e anódino do que as cores garridas com que te pinto."

"Mostra-me que ainda me tens agarrada à pele e que de nada te valeu tentares esfoliar-me e que, por mais duches que tomes à noite, te deitas por vezes comigo."

Com raiva ou serenidade, ou sorriso até


"Confessa que já deste por ti a desenroscar frascos de shampô nas prateleiras do supermercado a ver se me encontravas lá dentro e que depois os fechaste apressadamente para que ninguém te visse e te sentiste um parvo, um tolo."

A actualidade na linguagem


"Oferecer-te de bandeja as claves de sol que não te dancei, os decibeis que, como nós, se mantiveram nos limites conformes às directivas europeias, nada de distorções poéticas nem de acústicas arranhadas."

"Uma tristeza certeira que carcome os ânimos, embacia os movimentos e se desalma em mim. Saboreio-a em colheradas pequenas e rápidas, passeio-me nela com a língua, ofereço-lhe o palato."

querem mais??? espero que tirem o mesmo prazer que eu tenho sempre que por

"UM AMOR ATREVIDO"

passo e demoro o olhar naquela amálgama de palavras que me deliciam


BREVEMENTE AQUI NA BARRINHA DO LADO
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