segunda-feira, 13 de abril de 2009

Banco Alimentar defende o seu nome


Uma coisa que sempre me enervou é usar-se coisas falsificadas. Comprar falsificado, porque o original é inacessível á nossa bolsa é uma tontice. Acho desonesto. Se precisar de uma camisola, compro uma camisola, não tenho de comprar uma camisola com um nome que gostava de exibir tentando enganar, antes de mais a mim mesma. Quem fez aquele NOME investiu e eu saloiamente usurpo o nome.

Outra que sempre me deu alergia é a total falta de criatividade. E tentar fazer parecido parece-me tão poucochinho que cansa.

É esse o principal capital hoje de uma MARCA, a criatividade, a originalidade. E uma MARCA não tem obrigatoriamente de estar inserida num mundo comercial. Uma marca é uma Escola, é uma ONG, e qualquer coisa que tenha Valor Acrescentado, esse valor, tantas vezes suportado pelo seu NOME. Uma Marca é também o seu NOME.


Também, não sou grande apreciadora de caridadezinha feita por amadores, armados em bons samaritanos e amigos de qualquer coisa e roubando ideias de quem investe de forma profissional.

Chateia-me tudo isto somado. Lembram-me sempre uma certa “esperteza saloia” tão nossa conhecida em Portugal.


Uma ONG hoje em dia ou tem um cariz profissional ou é engolida e desacreditada. Disso e de Gestão Social e de Marketing Social sabe a Presidente Do Banco Alimentar Contra a Fome. Uma Economista Social e Criativa.

Ela sabe como é difícil preservar o bom nome da sua Instituição. Ela sabe a dificuldade que é, num País como Portugal, se um dos colaboradores desvia um pacote de farinha, o que isso pode manchar a sua Instituição. Os custos da acção de um elemento passam tantas vezes, em conversas de café, a ser visto como uma atitude generalizada a todos.

Isto tudo para dizer que uma ONG tem de preservar o seu nome e todos os seus dividendos, nomeadamente os seus logótipos e a sua designação. É o respeito por quem contribui.

Usar designações parecidas pode levar á confusão de quem contribui. E quem contribui tem o DIREITO de saber para o que contribui. Se eu contribuo para pessoas não me faz sentido que esse contributo seja utilizado noutra coisa que não sejam pessoas, por muito NOBRE que seja essa outra utilização.

Uma ONG não se pode dar ao luxo de perder qualquer contribuição. Tem de ser transparente para os seus “clientes”. Não pode permitir que outros, usem o seu Nome ou Imagem de Marca, ou semelhante, podendo confundir, que seja apenas e só um dos seus contribuintes.

Quem não entende isto não pode ter associações com fins muito nobres, porque a ignorância associada á muita vontade de ajudar amadora pode resultar numa organização que apenas ajude uns tantos e nunca tenha contabilizado quantos a sua ignorância não ajudou.

Os contribuintes de qualquer ONG tem direito de saber para onde são canalizadas todas as doações e deve ser penalizado criminalmente quem por ignorância não utiliza da forma mais correcta os donativos que recebe. E usar de forma incorrecta é desde já incluída a tal atitude muito portuguesa, “ fizemos tudo de boa fé” e somos de óptimas e cristãs famílias.

A solidariedade deve ser gerida por quem sabe e não por curiosos. Os curiosos tentam usar nomes parecidos. Copiar a solidariedade do vizinho. Usar todas as estratégias, eticamente correctas ou não, porque se acham sob a capa do bem-fazer, e que como tal, tudo lhes é permitido.

A MIM NÃO ME PARECE NADA BEM. O Voluntariado é das actividades mais nobres que o mundo civilizado conhece. O Voluntariado precipitado é dos cancros mais difíceis de controlar que a sociedade civilizada tem.

E POR AQUI ME FICO….

(li por aqui....) e por aqui


boa semana !

8 comentários:

Anonyma disse...

Lolllllllllll
Acutilante hoje, mas sim, partilho...
o poucochinho, pobrezinho tira-me do sério...

cs disse...

anonyma

e mim existem umas tantas coisas que me tiram do sério, essa é uma delas.

efe disse...

Gostei muito deste post, que é acutilante de facto...
fiquei só com uma pequenina dúvida...então que faço eu com a minha carteirinha xpto compradita na feira este fim de semana? ai ai ai ai...

PS: tem toda a razão, desculpe a brincadeirinha...

cs disse...

efe
ahahaha...bem quer dizer....não me diga que é daquelas que têm a marca em tantos locais que a originalidade se desconfia logo?


(rsrsrsr....resposta de quem anda pelo mundo do Marketing. Resposta sacaninha )

bjocas

norrin disse...

não alcanço para que serve um banco alimentar animal (não escrevi que não serve para nada, eu é que não alcanço) e acho rasteiro "copiar" nome e logótipo (não vi o logo, escrevo de barato).
mas uma coisa de que gosto basto é proporção (deve ser hábito profissional) e também me parece exagerada a posição do banco alimentar "original" e a indignação do post, face à situação e à reacção do "banco animal".
e é pré-conceito que seja preciso profissionalismo para gerir ong; quantas começaram da maneira mais amadora, amiga?

cs disse...

Norrin
Vamos por partes:
1º Um banco alimentar animal é uma ideia grande e nobre para quem o imaginou e fez e só mostra a preocupação com algo que a mim também me sensibiliza muito. Os ANIMAIS que bastas vezes são abandonado e quem os recolhe muitas vezes não os consegue manter. Entendo a nobreza da atitude e a sua utilidade prática. E tiro o chapéu a tão nobre causa
2º A atitude do BANCO ALIMENTAR é a atitude de quem trabalha com donativos e que um dos valores porque se tem de pautar é defender quem doa e a garantia absoluta desses donativos e não pode deixar que outros se aproveitem do seu nome e confundam a população. É uma atitude de quem sabe a responsabilidade que acarreta no mundo civilizado uma ONG. A minha indignação e o meu post, concedo aqui, é apenas e somente um meu direito. O meu direito á indignação.

3º PRÉ- conceito ou preconceito, passo a discussão do termo, sou muito céptica a caridadezinhas, e nesta nossa terrinha sempre entregues a NOMES SONANTES, que atrasam sempre a evolução e o saber. E como se vê bem, admiro imenso o trabalho do BA.
Quanto á caridade caseira, acho-a mais interessada em que os seus nomes apareçam nas organizações e sempre impedindo atitudes mais assertivas porque imaginadas e aplicadas por quem sabe. O Amadorismo sempre me deu enjoo e já agora não conheço nenhuma ONG que não seja gerida por profissionais e tenha vingado, ao contrário conheço uma série delas que oferecem canetas com o seu nome antes de td o resto. Mas a caneta eles perceberam nos vizinhos o resto, a gestão mais sustentada passa-lhes ao lado.

e pronto, respondido em forma de lençol, como diria uma amiga.

:))

norrin disse...

quanto à 1ª, nada a acrescentar.
à 2ª, não coloco em causa a tua indignação, apenas comentei que não me parece causa para tanta, pela resposta que deram, parece-me erro de boa fé. opinião minha, só.
já quanto à 3ª, bem, aí temos assunto.
eu referi-me à génese amadora das primeiras ong, porque as primeiras começaram assim, gente com muita vontade e capacidade individual, que percebeu que unindo-se e criando regras colectivas eram muito mais eficazes. hoje é que já muitas nascem negócio (com o que isso tem de bom, eficácia, e de mau, falta de humanismo).
no caso presente, não percebi que houvesse nomes sonantes envolvidos nem canetas com logótipos plagiados, parece-me que eles estão a começar (até que com algum espaço para crescer, porque há um vazio), deram uns passos trocados, foram alertados para o facto (não comento a justeza e o modo de alerta, em nenhum dos sentidos) e corrigiram o(s) erro(s), sem chico-espertices.
porrinha, que mais se pode pedir? que não errem? que aprendam com os erros? que cresçam produtivos?
no mínimo, pela reacção que tiveram, merecem o benefício da minha dúvida.

resposta em formato guardanapo, acho.
;)

cs disse...

norrin

também todos têm direito á sua opinião. Aqui ficou a sua.

:)

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