Recentemente em conversa com uma amiga, num momento em que tive de enfrentar a dura realidade do suicídio de alguém que fazia parte da minha vida, ela disse-me uma frase da mãe dela. “ A vida é boa quando nascemos, a partir daí é sempre a perder”
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Esta frase provocou-me, silenciosamente, uma quantidade de perguntas que despertaram uma imensa tristeza. Claro que tudo passa por nestes momentos, revermos a nossa vida.
Olhar para trás não entendo o que possa ter de bom! Sinceramente não me parece uma atitude inteligente. Além do mais as recordações tristes são mais visíveis do que os ténues momentos de felicidade.
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Tudo corre bem até aquele momento em que resolvemos interrogar-nos. Já não porque a nossa vida se perdeu no que fizemos e nas nossas escolhas ou nos nossos trajectos. Não. Nada disso.
Dói mesmo é quando pensamos o que será a nossa vida daqui a uns anos. PUTA MADRE.
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O presente não é muito a meu gosto, confesso. Nada de importante se passa. Aliás vai acontecendo. Pensar no futuro é que é uma canseira maldita.
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Adiante. Imagino aqueles (muito poucos, quase zerinho) que por qualquer acaso por aqui se detenham a ler este pequeno apontamento a pensarem, mais uma a reclamar de barriguinha cheia. Pois, tenho mania de me questionar. TONTERIAS.
Quem já por este mundo não anda não tem problemas "pequenininhos" destes, da "vidinha" do dia a dia. De pagar contas. De escolher férias para filho. De cuidar da mãe. De aturar a Manuela Ferreira Leite. De aturar superiores idiotas. De acordar todos os dias e ir trabalhar.
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A verdade é que me apetecia ganhar o totoloto, mais algum dinheiro repunha-me uns tantos cabelos pretos. Mais algum dinheiro trazia-me mais serenidade. O medo de não saber se consigo chegar ao final do mês, a certeza que o meu filho não vai ter uma série de coisas que o dinheiro ajudaria, e falo da formação dele deixa-me com estas estúpidas questões acerca do que será o meu futuro.
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Imaginar o que estarei a fazer em 2014 só acontece porque a continha anda sempre tão próximo do zero. Se eu tivesse muito dinheiro não me questionava desta forma tão aparvalhada.
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É por estas e por outras que a vida é casa trabalho - trabalho casa. Estranho porque ao acabar de escrever este texto, ocorreu-me o que seria se também o trabalho me faltasse.
Não vou pensar em 2014. Haja saúde. Continue a existir emoção. Mergulhemos.
Um beijo Pai 20-06-2009
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Bugalho, Bugalho, quem és tu?
Há 17 horas
10 comentários:
(não verifiquei qualquer aparvalhamento nas suas questões)
:))Obrigada
dinheiro conta porque temos de o contar, mas acho que é tudo acerca de mergulhar e voltar à superfície, de quem mergulha connosco e quem está cá em cima.
quem me dera estar a escolher férias para o meu puto...
norrin
é sim. é mergulhar e voltar. mergulhar e voltar.
(e quando simplifica os comentários no seu blogue? é a segunda vez que tento e depois de duas ou três tentativas desisto)
Bom Verão
vou tentar "ressimplificar"...
qq dia estou licenciada em "como viver um dia de cada vez..."
(e o raio do curso é difícil, pá!)
elleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
bem voltada e com foto nova
:)))
;)
sempre a perder?
não sei, não sei, não...
perdi tanto, é verdade.
mas outras coisas, se não tivesse vivido para perder, não teria ganho...
anonyma
acho que já passei a fase de achar que ganhei. claro que ganhei mta coisa. O deve e haver farei lá mais para os anos 30 ou 40 deste xxi sec
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