quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Projecto Micro crédito

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Desde Tombowa- Angola - Projecto Micro crédito
Este verão estive em Angola.
Foi uma viagem de 3 semanas em que muitas coisas aconteceram. Desde a minha mala que chegou na véspera do regresso a Portugal, passando pela ausência de todo conforto, ao choque de nos depararmos com vidas desgraçadas, sorrisos lindos, uma capital caótica, um deserto fenomenal e a campanha eleitoral do MPLA.


Voámos para o sul, para Namibe (antiga cidade de Moçamedes), e depois atravessámos o deserto, em Hiace, que demora 1.30 mns, até Tombwa (antigo Porto Alexandre).


Em Tombwa estivemos 2 semanas, das quais, os primeiros dias foram de choque. As pessoas vivem em casas feitas de adobe, capim e lata, com um compartimento, que serve de cozinha, sala, quarto das famílias e não são de 2 ou 3 pessoas, mas de muitas mais!!!


Dormem no chão e na melhor das hipóteses em esteiras. Muitos nem um cobertor têm. E se está frio!!! Casa de banho, não existe! A água, têm que ir buscar longe.


Se alguém fica doente, fica ali mesmo, no chão, no mesmo compartimento, à espera que termine a sua passagem por aqui…Uma das fontes demográficas refere serem 90 mil pessoas a viver em Tombwa, mas não se sabe se é fidedigno.


No grupo com que estive, éramos 8 pessoas, 3 galegas, 3 portuguesas, 1 alemão e 1 inglês. Estes dois últimos deram aulas de inglês, uma moça deu formação de informática, as outras duas de higiene e saúde.


A minha tarefa foi relacionada com os projectos de apadrinhamentos e o de micro créditos.
O projecto de apadrinhamentos, de que vos quero falar, desenvolve-se , até agora, em Espanha e é dirigido a duas povoações angolanas, Tômbua e Lubango.


Consiste em apoiar crianças através de uma contribuição mensal de 18 €.


O dinheiro é transferido para Tombwa e Lubango e aqui as Irmãs que pertencem à Promaica (Organização para a Promoção da Mulher na Igreja Católica), a nossa contra-parte ali, compram comida (fuba, arroz, feijões, sabão, óleo) e pagam a matrícula, o material escolar e a bata das crianças.


Este dinheiro ajuda a criança apadrinhada mas indirectamente também a família na medida em que a alimentação acaba por ser para todos.


Apesar de achar revoltante, sendo Angola um país tão rico, ser necessário recorrer a medidas deste tipo, sei que aquelas pessoas, em concreto, sem ajuda, sofrem muito e terão muita dificuldade em sair daquele ciclo de desgraça.


Por outro lado, a ajuda que damos (18 € por mês) é uma ajuda significativa porque permite, no imediato, não passar fome e alfabetizar crianças.


Talvez algumas delas possam, no futuro, contribuir para a melhoria da sociedade Angolana. A minha avaliação foi de que o projecto é positivo.


Claro que o que está ao nosso alcance é muito pouco e que as questões políticas são determinantes mas não tenho dúvidas que seria muito bom se houvesse muitas mais crianças apadrinhadas.


Portanto, se quiserem participar de alguma maneira, ou conhecerem alguém que queira contribuir com 18 € mensais para uma criança contactem-me e explicar-vos-ei melhor como tudo funciona.


Com alguns de vocês já partilhei muito mais, espero que haja oportunidade de conversar com todos.


Beijinhos, beijinhos, boa semana,


Catarina:)))
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